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Pra quem não conseguiu abrir:
EPIDEMIAS DE HIV E MALÁRIA IMPULSIONAM UMA A OUTRA.
Marília Juste, do G1, em São
Paulo
Estudo revela elo entre as duas doenças na
África Subsaariana.
Para cientista, elas precisam ser
enfrentadas em conjunto.
O que pode
ser pior do que duas epidemias arrasando uma população africana? Duas epidemias
que fortalecem a transmissão uma da outra. Foi esse cenário aterrador que
cientistas encontraram na região mais pobre do mundo: a África Subsaariana.
Ali, a epidemia de Aids é fortalecida pela malária. Em troca, a malária também
recebe um “impulso” do HIV.
“A natureza
nos surpreende”, resumiu o coautor do estudo Laith Abu-Raddad ao G1. Após
perceber a relação entre as duas doenças em laboratório, o cientista e seu colega
James Kublin, ambos da Universidade de Washington, nos EUA, partiram para o
Malawi, na África, para observar se o mesmo ocorria entre populações humanas.
Os resultados, publicados nesta semana na revista “Science”, são assustadores.
O HIV
enfraquece o sistema de defesa. Assim, é fácil entender como ele aumenta a
transmissão da malária. “Soropositivos têm maiores chances de serem abalados
pela malária”, afirma Abu-Raddad.
O passo
seguinte é a malária também ajudar na transmissão do HIV. Quando um portador do
vírus da Aids é infectado pela doença, o pouco que resta do sistema imunológico
responde, produzindo células de defesa -- que vão ser atacadas pelo HIV. “Como
consequência, a carga viral do HIV no sangue aumenta quase 10 vezes em apenas 6
semanas”, afirma o cientista. “E quando mais cópias do vírus existir no sangue,
mais infecciosa é a pessoa. Mais facilmente ela vai transmitir o vírus”,
explica.
O efeito da
malária é muito mais devastador do que o causado por outra grande amiga do HIV,
a tuberculose. Embora, também principalmente na África, a Aids cause um grande
aumento no número de pacientes tuberculosos, a tuberculose não tem um efeito
tão drástico na disseminação do HIV -- ao menos, pelo que os cientistas sabem.
Para
Abu-Raddad, a descoberta é extremamente preocupante. “Há mais de 40 milhões de
pessoas infectadas com o HIV e mais de 500 milhões de casos anuais de malária.
É uma colisão entre dois elefantes”, diz ele.
Para o
cientista, a interação pode ajudar a explicar porque a Aids é tão devastadora
na África. “Há um mistério na região: temos índices de prevalência do HIV muito
altos, mas o comportamento sexual de risco não é alto o suficiente para
justificar isso”, afirma. “Nosso trabalho indica que podem existir razões
biológicas, como co-infecções, que explicam, ao menos em parte, a explosiva
transmissão do HIV na África.”
Ele afirma
que as duas epidemias precisam ser enfrentadas juntas. “A falha do sistema
global de saúde pública em lidar com o desafio da Aids está contribuindo
diretamente para a falha dos esforços contra outros desafios, como a malária”,
afirma. “Precisamos de ações conjuntas para atacar simultaneamente diferentes
doenças infecciosas”, diz ele.
Fonte:
Questões sobre o texto:
1. | Apresente,
suscintamente, o principal argumento utilizado pela autora para explicar a
associação entre a Malária e o vírus HIV.
2. | Em sua opinião,
quais as possíveis relações entre as epidemias relatadas no texto e as
condições sociais e econômicas enfrentadas pelo Continente Africano? Explique.
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